Bandeira Científica



HISTÓRICO Surgido em 1957, o Projeto Bandeira Científica (BC) sofreu muitas alterações até chegar a sua atual configuração. Na época, o objetivo da expedição visava mais à coleta de informações para pesquisas e estudos relacionados à área da Medicina. O primeiros participantes do projeto partiram em 1º de janeiro de 1958 para o pantanal do Mato Grosso, a partir de então o Bandeira passaria por outras 10 localidades, entre elas Ilha de Marajó, Ceará e Pará, até ser interrompido em 1969 devido à ditadura militar brasileira. Resgatado em 1998, por um grupo de alunos e docentes que se mobilizaram ao pesquisarem os arquivos da Faculdade de Medicina da USP, a Bandeira vem passando por um período de amadurecimento desde então. Ao conceito inicial do projeto, que envolvia a pesquisa e a educação, foi incorporada a contribuição social, sendo oferecida, a partir de 1999, assistência médica às famílias, por meio de atendimentos básicos em nível primário à população das localidades visitadas. Em 2000, o projeto passou à configuração de Projeto de Extensão Universitária da USP. Nos anos seguintes, devido principalmente ao crescimento de Programas de Saúde da Família e Programas de Agentes Comunitários de Saúde, a Bandeira se adaptou de forma a melhor atender a demanda por certas especialidades. Vê-se, desse período em diante, a incorporação de outras cursos da USP ao projeto como: Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia, cursos de Engenharia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Administração e Farmácia. Principalmente a partir de 2008, houve um esforço para a promoção de atividades interdisciplinares entre as diferentes áreas do conhecimento, pois os alunos passaram a conhecer melhor a atuação das outras áreas e a possibilidade de interação entre elas. Uma das grandes limitações sentidas pelos participantes do projeto nesses anos foi em relação à continuidade das propostas apresentadas e dos diagnósticos ou orientações dadas durante os 10 dias da expedição. Muitas delas, para se multiplicarem e consolidarem nessas comunidades, dependem das ações do gestores administrativos e do sistema de saúde locais, sendo difícil avaliar o real impacto do projeto para a população. Visando minimizar esse problema, a Bandeira procura atuar em conjunto com o sistema de saúde da cidade e fazer parcerias com as universidades locais de forma não só de manter as atividades junto à comunidade como em replicar os moldes do projeto. Do seu início até hoje, o projeto teve muitas alterações no sentido de se aprimorar, mas ainda há muito que pode ser feito: já que é inegável que um dos grandes benefícios da Bandeira é colocar universitários de uma grande metrópole brasileira como São Paulo diante de uma outra realidade social, econômica e política, tendo que lidar com problemas e desafios aos quais a sala de aula ainda não deu soluções.


Nota do Autor: Texto extraído do site Bandeira Científica em JAN/2017.